sábado, 26 de maio de 2012

Foi para entrar para a história do Estado do Amapá! Educadores do Amapá soltaram o Grito de Liberdade: "Ninguém é senhor do meu Domínio"!

Por volta da 15 horas da última sexta-feira (25/05/2012) professores de todas as partes de nossa Capital e também do interior do Estado começavam a formar filas intermináveis para poder se credenciar e ter acesso à maior Assembléia Geral já realizada na história do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Estado do Amapá – SINSEPEAP!

Ainda não contabilizamos quantos exatamente se credenciaram, porém podemos afirmar sem medo de errar que entre 4500 e 5000 professores participaram. A alegria e confraternização entre os profissionais das diversas gerações que compõe nossa categoria eram visíveis e emocionavam.  Havia também um sentimento de algo preso na garganta, pois afinal já havia se passado 36 dias de Greve e nesse período a categoria foi incessantemente atacada  nos meios de comunicação a serviço do Governo.  Chamavam-nos de: mercenários, divididos, que nossa Greve era política e que não era desejo da maioria da categoria a instalação do Movimento.
O Presidente do Sindicato Aroldo Rabelo abriu os trabalhos e nas falas dos participantes já se sentia que o Governo estava prestes a sofrer uma das maiores derrotas que um Governador já havia sofrido na história do Estado do Amapá.

Intervenções emocionadas se sucediam exaltando o brio e o orgulho de ser EDUCADOR, na defesa da continuidade da Greve, não apenas pelo Piso e a valorização, mas principalmente por respeito por parte do Governo do Estado aos Trabalhadores que educam os filhos e filhas dessa terra, e que por isso não podem ser tratados de forma vergonhosa e vil como ocorre desde o inicio do Movimento.

Os “PÊLEGOS” liderados pelo atual Secretário de Educação também foram saudados com uma sonora vaia e no decorrer da Assembléia iam sentindo o gosto amargo da derrota e muitos se retiravam ou se escondiam. Em relação a isso queremos afirmar que não se trata de uma questão pessoal com os que compunham o grupo que a categoria apelidou de “Grupo dos 15%” e sim que é preciso que essas pessoas entendam que quem manda no Sindicato são os Profissionais da Educação e não o Governo e a SEED, que a democracia de Classe se faz pela maioria.
A ultima intervenção da base da categoria ficou a cargo do Professor Benedito, nosso querido “Professor Bené” (que inclusive emocionou quem vos escreve e a todos), e de forma literal transcrevemos: “Por coincidência eu passei em frente ao PSB e os mesmos estavam realizando os preparativos para uma festa, festa essa para comemorar nossa derrota. Colegas isso me indignou profundamente, por isso que nossa Greve para além do Piso é uma luta por respeito, estamos sendo desrespeitados colegas, não tem jeito a nossa Greve deve continuar”!    

Ao final o Presidente colocou em votação a questão da Greve e por quase unanimidade os presentes aprovaram a sua continuidade! Não é preciso dizer que foi de emocionar! Entendemos que no sentimento inicial da categoria havia algo preso na garganta e que isto não se expressou somente em falas, grito, braços erguidos com crachás e gestos. Mas podemos dizer que toda esta simbologia ficou condensada na fala da Professora da Lia Borralho, parafraseando o imortal poeta Renato Russo: “Não sou escravo de ninguém. Ninguém senhor do meu domínio. Sei o que devo defender e por valor eu tenho e temo o que agora se desfaz”.
PARABÉNS A TODA CATEGORIA. VIVA A LUTA DOS (AS) EDUCADORES (AS) DO ESTADO DO AMAPÁ!
Segunda-Feira, 08:00 da Manhã nos encontramos na Praça da bandeira! 
Obs: Guardem seus crachás, pois esse dia entrou para a história.

3 comentários:

  1. parabens a todos os educadores que mostraram que somos livres.

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  2. Realmente, foi um dia histórico e emocionante!!! Mas no meio dessa vitória vi umas aspas que me fizeram refletir e me entristeceram também: Vi colegas meus, defensores ferrenhos das causas da educação que por algum motivo se submeteram aos interesses dessa elite fétida que governa nosso Estado, tendo que abaixar suas cabeças, desviarem os olhares e fingirem que não me viam. Pobres colegas!!!! Estavam envergonhados!!! Duas vezes derrotados, mas a derrota mais dolorida não foi perderem na votação, mas sim perderem na dignidade de pessoa e principalmente de educador, quando, "obrigados" tiveram que se por contra seus próprios colegas!! Isso serve para nos incentivar ainda mais na luta por respeito e valorização salarial e profissional!!!!

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  3. Já foram abordados com a nova proposta do governo? Diretor entra em contato com professor de greve, marca reunião e sutilmente faz com que voltemos para sala de aula, sem negociar MAIS NADA.

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