Por volta da 15 horas da última sexta-feira (25/05/2012) professores de todas as partes de nossa Capital e também do interior do Estado começavam a formar filas intermináveis para poder se credenciar e ter acesso à maior Assembléia Geral já realizada na história do Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Estado do Amapá – SINSEPEAP!
Ainda não contabilizamos quantos exatamente se credenciaram, porém podemos afirmar sem medo de errar que entre 4500 e 5000 professores participaram. A alegria e confraternização entre os profissionais das diversas gerações que compõe nossa categoria eram visíveis e emocionavam. Havia também um sentimento de algo preso na garganta, pois afinal já havia se passado 36 dias de Greve e nesse período a categoria foi incessantemente atacada nos meios de comunicação a serviço do Governo. Chamavam-nos de: mercenários, divididos, que nossa Greve era política e que não era desejo da maioria da categoria a instalação do Movimento.
O Presidente do Sindicato Aroldo Rabelo abriu os trabalhos e nas falas dos participantes já se sentia que o Governo estava prestes a sofrer uma das maiores derrotas que um Governador já havia sofrido na história do Estado do Amapá.
Intervenções emocionadas se sucediam exaltando o brio e o orgulho de ser EDUCADOR, na defesa da continuidade da Greve, não apenas pelo Piso e a valorização, mas principalmente por respeito por parte do Governo do Estado aos Trabalhadores que educam os filhos e filhas dessa terra, e que por isso não podem ser tratados de forma vergonhosa e vil como ocorre desde o inicio do Movimento.
Os “PÊLEGOS” liderados pelo atual Secretário de Educação também foram saudados com uma sonora vaia e no decorrer da Assembléia iam sentindo o gosto amargo da derrota e muitos se retiravam ou se escondiam. Em relação a isso queremos afirmar que não se trata de uma questão pessoal com os que compunham o grupo que a categoria apelidou de “Grupo dos 15%” e sim que é preciso que essas pessoas entendam que quem manda no Sindicato são os Profissionais da Educação e não o Governo e a SEED, que a democracia de Classe se faz pela maioria.
A ultima intervenção da base da categoria ficou a cargo do Professor Benedito, nosso querido “Professor Bené” (que inclusive emocionou quem vos escreve e a todos), e de forma literal transcrevemos: “Por coincidência eu passei em frente ao PSB e os mesmos estavam realizando os preparativos para uma festa, festa essa para comemorar nossa derrota. Colegas isso me indignou profundamente, por isso que nossa Greve para além do Piso é uma luta por respeito, estamos sendo desrespeitados colegas, não tem jeito a nossa Greve deve continuar”!
Ao final o Presidente colocou em votação a questão da Greve e por quase unanimidade os presentes aprovaram a sua continuidade! Não é preciso dizer que foi de emocionar! Entendemos que no sentimento inicial da categoria havia algo preso na garganta e que isto não se expressou somente em falas, grito, braços erguidos com crachás e gestos. Mas podemos dizer que toda esta simbologia ficou condensada na fala da Professora da Lia Borralho, parafraseando o imortal poeta Renato Russo: “Não sou escravo de ninguém. Ninguém senhor do meu domínio. Sei o que devo defender e por valor eu tenho e temo o que agora se desfaz”.
PARABÉNS A TODA CATEGORIA. VIVA A LUTA DOS (AS) EDUCADORES (AS) DO ESTADO DO AMAPÁ!
Segunda-Feira, 08:00 da Manhã nos encontramos na Praça da bandeira!
Obs: Guardem seus crachás, pois esse dia entrou para a história.